sábado, 29 de março de 2008

Zéfiros e furacões


Há dias em que me detesto. Busco incessantemente qualquer pré-texto bobo (e pré-conceito também) para me findar no escuro do meu quarto de dentro, nos ares gélidos de minha auto-piedade. Nesses momentos eu ordeno guerra íntima, úmida de lágrimas e saliva, de arrebatamentos e loucuras. E, aí eu chovo, me planeio nuvem pesada no céu e caio líquida no vento. Pronto. Eis que a paz volta ao lar volúvel.

Mas, paz demais não me faz bem. Dá-me uma sensação de inércia, monotonia, e, eu quero a vida, o movimento, as emoções marcando todos os passos, se transbordando ávidas para qualquer vagabundo solto na noite. Aí, eu ordeno guerra íntima, úmida de lágrimas e saliva, de arrebatamentos e loucuras...


Descobri que eu só danço na tempestade, as garoas me dão sono.


*


Pâmela Melo




Obs.: Só para que fique registrado, hoje, por enquanto, a paz reina aqui dentro!rs


Ah! E feliz outono pra todos!!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Que bom que há paz aí... Que ela esteja presente por muito e muito tempo.

Beijos.

Filipe Garcia disse...

O ser humano é tão confuso...

Tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo dentro do peito que, raras vezes, conseguimos acompanhar.

Que bom que está tudo em paz... assim é bom!

Beijos

Renato Ziggy disse...

Viver sem o conflito não tem graça. É a relação entre as forças opostas que nos motiva a caminhar junto com a vida, querer ser melhor do que antes e assim crescer... Faz muito sentido tudo o que vc disse, fora a foto que é linda demais! Bjos, Pâ!

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