quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Desnuda




Eu sou escandalizada de meus desejos e refém da minha aventura. Moro no mar por opção, mas em noites de lua eu solto minhas saias e vivo n’ele. Sei cultivar os olhares, e deles nascem faíscas que me alimentam os arrepios mais devassos e sustentam minha habilidade de desassossego alheio. Os dias de sol eu guardo entre os cabelos e amparo o vento por entre as coxas. Com afinco sei enredar mistérios enquanto rego as plantas. E no meu jardim não planto flores, planto afetos. Minhas distrações distorcem minha realidade exagerada. Os medos existentes servem apenas de apoio para as lágrimas mal-choradas, expulsas de minhas emoções por desamor. Meus silêncios é que desfazem minhas vertigens e minhas maçãs denunciam meu prazer quando meu gozo é quente.O meu tesouro é minha alma e loucura é viver. Pois é a censura que não existe no meu dicionário. E saiba que é de amor que os poetas nascem.

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Pâmela S. Melo

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Obs.: Hoje sem parênteses: inteira.

4 comentários:

Anônimo disse...

fiquei sem palavras. beijos.

Anônimo disse...

Uau!
Suas palavras é que são lindas.
Que poema maravilhoso!
Parabéns, menina!
(posso te linkar?)

Beijos.

Renato Ziggy disse...

Como é bom ver tanta vivacidade em suas palavras tão intensas, fortes, ousadas. É lindo aqui, por isso, no meu atrevimentom já tô linkando. Hahaha! Bjos!

*Valeu pela visita! Uma honra ter você por lá!*

Carla Moraes disse...

Adorei o texto.
Muito bom mesmo...
Parabéns.

Beijooo!

Notas passadas