O cheiro de madrugada ainda inundava o corpo dela, mas, os primeiros raios de sol vieram banhar-lhe o coração. Aquela cor de dia amanhecendo, o ar sutilmente fresco, e o apetite de tudo, de mundo, e de amor, invadiam cada vez mais seu minuto. Ela gozava com a vida, o simples, o vento madrugueiro lhe provocava prazer absoluto: Como é bom deixar o sono pros fracos e roubar as horas de escuridão e silêncio para si! Cada segredo da noite desejosa de amanhecer lhe fizeram compainha e serviram de distração, ela brincava com o oculto, irremediável e musa das estrelas, brindou pelo mundo, quando o mundo dormia.
E enfim entendeu: o dia é filho da Lua, daí o motivo de tantos desassossegos trazidos pela madrugada, pois ontem fora noite de Lua cheia, e seu calendário é Lunar.
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Pâ
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Obs.: Que me venha o sono, já roubado pelos desejos.